Tonturas e vertigens

Tonturas e Vertigens.

1. O que é tontura? E labirintite?

A tontura é uma ilusão de movimento. É a sensação de que existe um movimento, sem que haja um movimento real. Pode ser como uma instabilidade, desequilíbrio, sensação de queda, desvio da marcha ou uma flutuação. Quando a tontura possui características rotatórias, denomina-se vertigem.

Como o zumbido, a tontura é um sintoma comum a diversas alterações de saúde, com inúmeras causas relacionadas. Várias destas causas podem estar presentes no mesmo indivíduo. A tontura pode vir acompanhada de perda de equilíbrio, náuseas ou vômito. Você pode ter dificuldade para andar ou manter a postura ereta, bem como sentir sonolência. O sintoma muitas vezes desaparece ou melhora ao se deitar.

Com freqüência, o termo “labirintite” (que significa “inflamação do labirinto”) é popularmente utilizado como sinônimo de qualquer sintoma relacionado a doenças que afetam o nosso equilíbrio ou audição como: mal estar, tontura, vertigem, desequilíbrio, flutuação ou zumbido. O termo adequado seria “labirintopatia” que quer dizer “doença do labirinto”. Existem diversas causas para a labirintopatia e a labirintite pode ser uma dentre muitas.

2. Quais são as causas para a tontura?

O ouvido possui atividade intensa, mas é um órgão sem “estoques”. Ou seja, depende única e exclusivamente do fornecimento adequado de oxigênio e glicose para o seu bom funcionamento. Portanto, é sensível a alterações destes suprimentos. Qualquer fator que prejudique a chegada destes elementos ao ouvido pode causar distúrbios no labirinto, levando ao aparecimento de tontura, zumbido ou perda da audição.

Ao contrário do que se imagina, nosso equilíbrio não é controlado apenas pelo labirinto (sistema vestibular). O Sistema do Equilíbrio depende também da informação proveniente de dois outros sistemas: visão e propriocepção. Ou seja, qualquer alteração que leve a um mau funcionamento de qualquer um dos três sistemas (sistema vestibular, visão ou propriocepção) ou qualquer situação que ocasione um desencontro entre as informações provenientes destes sistemas pode levar a uma alteração no equilíbrio, ou seja, tontura.

Dentre as diversas causas para tontura, podem ser citadas:

– doenças que afetam o organismo como um todo (p.ex.: diabetes, pressão alta, problemas da tireóide, aterosclerose, reumatismos, etc.);
– doenças do ouvido (p.ex.: doença de Ménière);
– doenças neurológicas;
– problemas visuais;
– alguns tipos de medicação que interferem no funcionamento do ouvido (p.ex.: alguns antibióticos, diuréticos, antiinflamatórios, quimioterápicos, etc.);
– exposição a algumas substâncias químicas;
– infecções;
– traumatismos cranianos;
– abuso de cafeína, tabaco, álcool e outros;
– problemas de coluna cervical;
– alterações hormonais (TPM, menopausa, andropausa);
– carência de algumas vitaminas e minerais;
– problemas psicológicos, estresse, etc.

Raramente, a tontura com vertigem pode ser sintoma de um problema neurológico mais grave, tal como um AVC, hemorragia cerebral ou esclerose múltipla. Nesses casos, outros sintomas neurológicos estão normalmente presentes, como visão dupla, fala enrolada, fraqueza facial ou dormência, falta de coordenação dos membros ou severos problemas de equilíbrio.

As causas de tontura relacionada à sensação de desmaio e perda de equilíbrio podem incluir:

– Queda da pressão arterial;
– Condições que comprometem o fluxo de sangue do coração, como miocardiopatia ou arritmias;
– Síndrome vasovagal;
– Anormalidades no ouvido interno;
– Distúrbios sensoriais;
– Problemas articulares e musculares;
– Condições neurológicas;
– Efeito colateral de alguns medicamentos, tais como anticonvulsivos, sedativos e tranquilizantes.

Outras formas de tontura, como a sensação de flutuar ou nadar, podem ser causadas por:

– Efeito colateral de medicamentos;
– Distúrbios do ouvido interno;
– Transtornos de ansiedade;
– Anemia ferropriva;
– Hipoglicemia;
– Infecções de ouvido;
– Superaquecimento do corpo e desidratação;
– Tontura subjetiva crônica, síndrome caracterizada por vertigem inespecífica persistente que não tem uma causa médica evidente.

Procure um serviço de emergência se a tontura ou vertigem aparecer juntamente com um ou mais dos seguintes problemas:

– Traumatismo craniano
– Dor de cabeça grave ou diferente de todas que você já teve
– Pescoço rígido
– Visão turva
– Dificuldade para falar
– Fraqueza na perna ou braço
– Perda de consciência
– Dificuldade para caminhar
– Dor no peito
– Batimentos cardíacos mais rápidos ou mais lentos que o normal.

Quando for a consulta com seu médico você já pode chegar à consulta com algumas informações:

– Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram, mesmo que eles pareçam não ter relação entre si;
– Faça um diário. Escreva a forma como tonturas fazem você se sentir, se está relacionada com outras atividades, quanto tempo as crises duram e se há alguma maneira de aliviar o sintoma;
– Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

– A tontura é contínua, ou ocorre em determinados períodos?
– Se a tontura ocorre em episódios, quanto tempo eles duram?
– Com que frequência a tontura ocorre?
– O que parece provocar os sintomas?
– O sintoma é acompanhado de um zumbido no ouvido ou problemas de audição?
– A sua visão fica turva?
– A tontura é agravada pelo movimento de sua cabeça?
– O que medicamentos, vitaminas ou suplementos que você está tomando?

3. Abordagem do paciente com tontura e Tratamento

O tratamento das doenças do labirinto consiste em:

a) tratamento das causas (p.ex.: controle de diabetes, dos hormônios tireoideanos, da depressão, etc.);
b) tratamento sintomático (eliminação da sensação de vertigem; redução de sintomas associados como as náuseas e vômitos);
c) reabilitação vestibular.

Semelhante ao zumbido, a investigação das causas da tontura é fundamental para um tratamento adequado. Assim, a partir de um histórico detalhado, o profissional especializado será capaz de identificar os fatores relacionados a cada um dos sintomas. Exames que avaliam a audição e equilíbrio são frequentemente solicitados, além dos exames laboratoriais. Por vezes, dependendo do caso, realiza-se a complementação da investigação com exames radiológicos (radiografia de coluna cervical, tomografia computadorizada, ressonância magnética, etc.) entre outros (potenciais auditivos, otoemissões acústicas, processamento auditivo). O tratamento adotado deve estar de acordo com cada uma das causas identificadas no paciente.

O tratamento sintomático consiste em aliviar a tontura. Para tanto, são utilizados medicamentos que melhoram o fluxo sangüíneo do ouvido, antioxidantes, antidepressivos, anticonvulsivantes, etc. A escolha da medicação depende de cada caso (idade, doenças e sintomas associados, etc.). Nenhuma medicação é isenta de efeitos colaterais. Portanto, deve-se evitar a automedicação. É importante lembrar que o tratamento sintomático é capaz até de eliminar os sintomas, mas estes podem voltar se suas causas não forem tratadas.

A reabilitação vestibular é uma das formas de tratamento e pode ser utilizada como tratamento único ou em associação com medicamentos. Sob a orientação de um profissional especializado, são realizados exercícios com o intuito de “reabilitar” (“treinar”) o labirinto aos movimentos, restabelecendo o equilíbrio. Às vezes, apesar de todo o esforço, a causa da tontura pode ser de difícil controle. Nestes casos, a reabilitação vestibular é útil, com ótimos resultados, sem que haja necessidade de aparelhos ou locais especiais para sua realização.

Medicamentos para Tontura

Uma tontura pode ter diversas causas, de modo que o tratamento varia de acordo com o diagnóstico estabelecido pelo médico. Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento.:

4. Dicas para evitar tonturas

Além de seguir as recomendações de seu médico, tentar manter uma “vida saudável” é igualmente interessante para um “ouvido saudável” e assim, para o controle e prevenção da tontura. Portanto, procure:

1. Evitar maus hábitos como cigarro, álcool e excesso de cafeína. Algumas substâncias podem influenciar o bom funcionamento do ouvido;
2. Não utilizar medicações que contribuam no aparecimento da tontura. Informe-se com o seu médico.
3. Exercitar-se regularmente. A atividade física diminui o risco de doenças cardíacas e diabetes, estabelecendo melhor controle do colesterol, triglicérides e a taxa de açúcar no sangue, além de produzir a sensação de satisfação e melhora da auto-estima. Promove ainda o fortalecimento da musculatura e melhor desempenho do sistema do equilíbrio, reduzindo o risco de queda.
4. Fracionar a dieta, alimentando-se a cada 3 horas. O jejum prolongado ou a alimentação inadequada podem provocar situações de excesso de insulina, ocasionando tontura e zumbido.
5. Evitar excessos de sal e açúcar.
6. Tomar muito líquido. Uma boa hidratação leva a um melhor funcionamento dos rins, filtrando e eliminando melhor as toxinas do organismo.
7. Relaxar, na medida do possível. Reserve alguns minutos do seu dia para uma pausa. A tensão pode piorar a tontura do mesmo modo que causa cefaléia, dor no pescoço, aumento da pressão arterial, etc.
8. Visitar seu médico regularmente para exames preventivos;
9. Evitar excessos! Use o bom senso sempre!

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